Dagaz leva à UGB a exposição “Quilombos do Rio de Janeiro”
Em prol de fomentar a Cultura Afro nos ambientes acadêmicos do Sul do Estado, o Centro Universitário Geraldo Di Biase recebe o trabalho do livro: ” A cozinha dos Quilombos: sabores, territórios e memórias”
Após sua primeira exibição no Espaço Zélia Arbex, em Volta Redonda, a exposição fotográfica do livro “A Cozinha dos Quilombos: Sabores, Territórios e Memórias” do Instituto Dagaz, dá início à turnê Quilombos do Rio 2016/2017, em cumprimento ao edital do Ministério da Cultura - IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus), no qual a ONG foi contemplada em 2014, com o reconhecimento nacional de Ponto de Memória.
E seguindo seu percurso, dessa vez quem a recebe é o Centro Universitário Geraldo Di Biase - UGB, dos dias 8 a 11 de novembro, no hall da universidade. Estará aberto ao público no horário 9h às 21h e a entrada é gratuita.
O visitante irá conhecer um pouco da história e memória das comunidades dos 29 quilombos mapeados.
O livro e a exposição fotográfica são resultados de um projeto de pesquisa desenvolvido pelo Instituto, em 2014, nas comunidades quilombolas no Estado do Rio de Janeiro, com intuito de identificar histórias, culturas e costumes culinários. A exposição traz obras dos fotógrafos Davy Alexandrisky, Wallace Feitosa, Fred Borba e Lidiane Camillo.
Segundo a presidente do Instituto Dagaz, Marinêz Fernandes, a exposição é mais que apenas a culinária quilombola. “A mostra traz fotos dos pratos tradicionais das comunidades quilombolas que foram mapeadas e ainda revelou uma forma diferente de manifestar sua cultura, os afetos e chamar atenção para questões sociais que ainda permeiam seu território, através da sua culinária”, ratifica.
“A preocupação com o trabalho vai além da arte. É também para oportunizar a experiência do contato com esse tipo de cultura, pois muito se fala sobre empoderamento, cultura afro, territórios, comunidade tradicional, mas pouco se oferta sobre esse tipo de informação. Não é a primeira vez que levamos a exposição para o ambiente acadêmico e é de suma importância que trabalhos como o nosso cheguem até os estudantes. Proporcionando acesso ao conteúdo não oferecendo só o conhecimento, mas estimulando o interesse, a elaboração de projetos, reafirmando essa memória”, afirma Renata Ferreira curadora da exposição.
Além da exposição fotográfica, a equipe oferece oficina de amarração de turbantes para todas as faixas etárias e contação de histórias e fabricação de bonecas Abayomis para crianças. O foco das histórias é na cultura afro para promover a conscientização de uma história ancestral. E as bonecas Abayomi são pequenas bonecas de retalho de pano, que eram feitas pelas mães africanas durante as viagens nos navios negreiros e até mesmo em cárcere de escravidão, para ficarem como símbolo de sua memória. Elas cortavam pedaços de seus vestidos para fazê-las.
O projeto do livro foi impulsionado pela Lei de Incentivo à Cultura, do Estado do Rio de Janeiro e obteve patrocínio da Concessionária de Energia Light. Além disso, em 2015, o livro também recebeu o prêmio de Cultura Afro-Fluminense promovido pela Secretaria de Estado de Cultura, em parceria com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR-PR).
Prêmio Ponto de Memória
O prêmio busca reconhecer iniciativas de práticas museais e de processos dedicados à memória social que se identifiquem com a perspectiva da museologia social, da diversidade sociocultural e da sustentabilidade. É voltado para grupos étnico-culturais tais como indígenas, afro-descendentes, ciganos, ribeirinhos, quilombolas, rurais, urbanos de periferia, cultura litorânea, comunidades brasileiras no exterior, entre outros.
Caso queira receber a Tour Quilombos Do Rio envie um email para: institutodagaz@hotmail.com ou pelo telefone (24) 3342-7163.